Aquela expressão famosa "carpe diem" todo mundo já ouviu falar, né? Agora "circa diem", será que você sabe traduzir? Essa expressão do latim significa "cerca de um dia" e é exatamente daí que surgiu o termo "Circadiano", tema do post de hoje.
Então, se circadiano é algo relacionado a um dia (24h), o Ciclo Circadiano nada mais é do que o ciclo de "acontecimentos biológicos" ao longo de um dia, ou seja, é o que ocorre com nosso corpo (e com o dos animais também, cada um conforme suas necessidades) ao longo de 24 h e que se repete no mesmo período e horário ciclicamente (pleonasmo para dar mais ênfase!).
CRONOBIOLOGIA
Para entrar nesse assunto, vamos começar entendendo a ciência que estuda os ritmos biológicos: Cronobiologia. Foi a partir dos anos 90 que os pioneiros da Cronobiologia começaram a descobrir como funciona o nosso relógio biológico, a ativação do núcleo supraquiasmático (já já falo dele!) e coordenação de vários eventos orgânicos.
NÚCLEO SUPRAQUIASMÁTICO
No hipotálamo existe uma pequena estrutura responsável por ditar o ritmo dos processos fisiológicos e comportamentais do nosso corpo, é o nosso relógio biológico conhecido como Núcleo Supraquiasmático.
Para que ele seja "ativado/sincronizado" com o dia de 24 horas, ele precisa receber informações das células ganglionares da retina, desta forma, a ferramenta sincronizadora mais potente do nosso relógio biológico é sem dúvida a luz.
A luz incide sobre a retina, ativando o núcleo supraquiasmático, que desencadeia uma série de respostas que irão coordenar uma cascata de reações bioquímicas que direcionarão várias funções de órgãos e sistemas.
Devido a essa regulação hormonal, o nosso corpo passa por alterações de temperatura e hiper ou hipoatividade dos órgãos ao longo do dia, assim algumas atividades podem ser melhor aproveitadas se executadas em horas específicas do dia.
MELATONINA
A melatonina é secretada pela glândula pineal estimulada pelo escuro (ausência de luz). Seu pico de produção é entre as 2 e 4 horas da madrugada. Ela participa da regulação do ritmo circadiano, das secreções endócrinas e dos ciclos do sono, pois é ela que aumenta a ligação dos receptores de GABA no sistema nervoso central provocando relaxamento.
No processo de envelhecimento natural a quantidade de melatonina produzida pelo corpo diminui, colocando em risco a qualidade e o tempo do sono, o que faz com que as pessoas sofram com insônia, ou sono muito leve e pouco relaxante.
O triptofano é a substância que proporciona a sensação de bem estar e auxilia no combate à depressão, ele é precursor da serotonina, da melatonina e da niacina, tendo uma importância vital.
Algumas fontes alimentares de Triptofano:
- Leite
- Banana
- Abacaxi
- Leguminosas
- Nozes
Algumas fontes alimentares de vitamina B6:
- Fígado
- Banana
- Salmão
- Frango
- Oleaginosas
O RITMO CIRCADIANO NA SOCIEDADE ATUAL
O ciclo circadiano está relacionado com o tipo de alimentos que ingerimos, pois reflete na motilidade intestinal, na secreção de enzimas e na absorção de nutrientes. Desta forma acaba influenciando no metabolismo de carboidratos, aminoácidos e gorduras.
COMO MELHORAR A QUALIDADE DE VIDA COM O RITMO NA SOCIEDADE ATUAL
A maioria do conteúdo que abordei nesse post peguei do material das aulas da disciplina Tópicos Emergentes em Nutrição, do meu sexto período da graduação em Nutrição, ministrado pela Professora Mestre e nutricionista Simone Tonding.
Tenho bastante material muito mais detalhado, porém aqui achei melhor passar uma visão geral do tema e caso alguém tenha se interessado sobre o assunto, entre em contato que terei o maior prazer em fornecer materiais, artigos e o que mais eu tiver de conteúdo relacionado ao tema.
Espero que tenham gostado... Beijos!
Jéssica Magalhães
Referências:Diagnóstico dos transtornos do sono relacionados ao ritmo circadiano - Denis Martinez, Maria do Carmo Sfreddo Lenz, Luiz Menna-Barreto
RENNER,Tanya. Psico A. Porto Alegre, McGrawHill, 2012
MARQUES, N; MENNA, LB. Cronobiologia: princípios e aplicações. São Paulo: Edusp, 2003.
JANSEN, JM; et al. Medicina da Noite: da Cronobiologia à Prática Clínica. 1ª ed, Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.