Oi gente! Vamos começar?
Então, o primeiro post de conteúdo do blog é uma introdução do que
aprendi na disciplina de Nutrição Materno Infantil. Ao longo das postagens vamos abordar os seguintes
tópicos:
- Conceitos básicos Materno-Infantil
- Aspectos Fisiológicos da Gestação
- Avaliação Nutricional da Gestante
- Recomendações Nutricionais da Gestante
- Gestação de Risco
- Aleitamento Materno
- Composição do leite materno
- Recomendações Nutricionais da Nutriz
- Crescimento e desenvolvimento infantil
- Fisiologia do Lactente
- Recomendações nutricionais do lactente
- Leite de vaca: mitos e verdades
- Fórmulas Infantis
- Alimentação complementar
- Nutrição do RN prematuro
- Abordagem Nutricional da criança pré-escolar, escolar e adolescente
No final de cada conteúdo eu apresento algumas referências e
se eu conseguir (porque ainda não aprendi mexer direito nesse negócio aqui!)
daí eu coloco alguns anexos úteis para nutricionistas e acadêmicos.
Para os posts não ficarem muito extensos, (ainda assim vai
ficar, mas um pouco menos) eu vou fazer cada tópico em um novo post, daí vocês
podem escolher ler um pouquinho cada dia.
Se vocês tiverem dúvidas, perguntas (qualquer pergunta mesmo!),
é só deixar nos comentários que eu vou atrás da resposta para vocês, porque
estou longe de saber tudo, mas vou me esforçar para trazer a nutrição mais para
perto de todos... ISSO É NUTRIÇÃO ACESSÍVEL!
Conceitos Básicos de Nutrição Materno Infantil
Gestante: Mulheres de 10 a 49 anos (média de idade reprodutiva)
Nutrizes ou Lactantes: Mulheres que amamentam
Lactentes: bebezinhos que mamam (0 a 11 meses e 29 dias)
Pré-escolares: crianças em idade pré-escolar (12 meses a 6
anos)
Escolares: crianças em idade escolar (7 a 9 anos)
Esse grupo de indivíduos acima são considerados pela
nutrição como um “Grupo Vulnerável”, ou seja, possuem exigências nutricionais
elevadas por diversos fatores fisiológicos e metabólicos que iremos ver na
sequência.
Mortalidade Infantil
Curiosidade:
Você sabia que houve redução na prevalência de desnutrição no Brasil entre 1990 e 2015 em crianças menores de 5 anos?
A taxa de mortalidade infantil no Brasil reduziu em 77% até 2014!
Mais conteúdo no site do IBGE clicando aqui.
Mortalidade Materna
Índice que verifica a morte de mulheres durante a gestação
ou até 42 dias após o seu término (puerpério), por causas relacionadas à
gestação ou ao parto, excluindo-se as causas acidentais.
A melhoria na qualidade de assistência e acesso aos serviços
de saúde, como pré-natal pode ajudar a reduzir esse índice, em compensação a
dificuldade de acesso a saúde, baixa escolaridade e baixas condições
socioeconômicas tendem a aumentá-lo.
No Brasil houve uma redução nas taxas de mortalidade
infantil e materna pelos seguintes fatores:
- Redução no número de nascimentos;
- Aumento do número de partos de mães com mais de 35 anos;
- Aumento da procura de pré-natal, exceto pelas mães adolescentes que ainda resistem a fazer o acompanhamento.
Estado Nutricional Materno X Saúde
Um bom estado nutricional da mãe promove condições
intrauterinas adequadas para garantir melhor condição física e mental no início
da vida da criança. Por exemplo, se o IMC (índice de massa corporal) pré gestacional
for muito baixo, significa que a reserva de nutrientes da mãe é muito baixa e o
resultado pode ser RCIU(Retardo no crescimento intrauterino), um RN de baixo peso, prematuro ou ainda outras
intercorrências. Se o IMC for muito alto, há ainda outros riscos tanto para a
mãe quanto para o bebê.
Conceitos Básicos:
- Pré-natal: da concepção até o parto
- Pós-natal: após o nascimento
- Neonatal: os primeiros 28 dias após o nascimento
- Período Perinatal: entre a 22ª semana de gestação até os primeiros 28 dias do nascimento
Idade Gestacional
Contada a partir do 1º dia do último período menstrual.
Quando o bebê nasce com menos de 37 semanas completas:
PRÉ-TERMO
Quando o bebê nasce entre 37 a 41 semanas e 6 dias: A TERMO
Quando o bebê nasce com 42 semanas ou mais: PÓS-TERMO
Peso ao Nascer
Peso normal: 2500 a 3000g
Baixo peso (BP): menor que 2500g
Muito baixo peso (MBP): menor que 1500g
Extremo baixo peso: menor que 1000g
Macrossomia: 4000g ou mais
Os RN que se encontram acima da curva superior (percentil
90) consideram-se como grandes para a sua idade gestacional. Aqueles que se
encontram entre as curvas, consideram-se como crescimento adequado. Os que se
encontram abaixo da linha inferior (percentil 10) consideram-se como pequenos
para a idade gestacional. Para ficar mais claro, veja este exemplo abaixo:
Quadro retirado do Manual AIDPI Neonatal, 2012. Acesse aqui.
Mais alguns conceitos básicos desse grupo
Abortamento: morte ovular ou expulsão do feto antes da 22ª
semana ou peso menor que 500g. (Abortamento precoce é até a 13ª semana, e tardio
é entre a 13ª e a 22ª semana)
Óbito fetal: morte a partir da 22ª semana de gestação, antes
da expulsão completa do corpo da mãe (antes do nascimento)
Nascido morto (Natimorto): nascimento de um feto morto com
peso superior a 500g
Nascido vivo: qualquer sinal de vida ao nascimento
Retardo do crescimento intrauterino (RCIU): quando o peso do
feto está abaixo do percentil 10 do peso esperado para a idade gestacional,
conforme quadro acima.
Intervenção Nutricional Pré-natal
Contribui para a redução das taxas de morte materna e melhor
desenvolvimento do bebê. Verifica e modula deficiências nutricionais como
Anemia ferro priva, deficiência de Vitamina A, diabetes gestacional e
obesidade.
O objetivo do acompanhamento nutricional é prestar assistência
nutricional com a avaliação completa, diagnóstico nutricional e recomendações
nutricionais, através de uma conduta individualizada, proporcionando mudanças
no estilo de vida, acompanhando o crescimento e desenvolvimento fetal, tratando
desvios de peso e doenças comuns do período, incentivando o aleitamento materno
e preparando para o parto e lactação.
Fatores de Risco para a Gravidez
- IDADE MATERNA:
Meninas menores de 15 anos não possuem maturidade biológica,
econômica, emocional, educacional, além de que este tipo de situação causa uma
instabilidade familiar pelo contexto todo.
Mulheres acima dos 35 anos possuem maior risco de anomalias
congênitas, aborto espontâneo, diabetes gestacional e altos índices de
complicações perinatais.
E aqui eu abro Parênteses bem grandes pelo seguinte motivo: Antigamente a expectativa de vida era muito mais baixa e as mulheres de 35 anos eram mais “envelhecidas” do que as de hoje. Nossa alimentação mudou, praticamos mais exercícios, estamos nos desintoxicando, tratando radicais livres e um milhão de coisas mais, mas infelizmente a literatura ainda mostra o que coloquei acima quanto ao risco da gravidez para mulheres mais velhas, mas está desatualizada, hoje sabemos muito bem que uma mulher saudável de quase 50 anos é perfeitamente apta a gerar um filho com saúde e com os mesmos riscos de uma mais nova.
- IDADE GINECOLÓGICA:
IG= idade ginecológica
IC= idade cronológica
IM= idade da menarca (1ª menstruação)
O ideal é que a IG seja maior que dois anos, se for menor há
risco pois a menina apresenta imaturidade fisiológica para a reprodução. Há
ainda referências que indicam a IG adequada maior que 5 anos.
- BAIXO PESO:
Uma gestante muito magra apresenta risco de
retardo de crescimento intra uterino e baixo peso ao nascer, devido ao menor
fluxo placentário de oxigênio e nutrientes.
- SOBREPESO E OBESIDADE:
Gestantes nessas condições têm maior
risco de diabetes e hipertensão, fazendo também com que haja maior produção
fetal de insulina (excesso de peso), maior risco para o bebe ser GIG (Grande
para idade gestacional), além de maiores taxas de cesárea e complicações
obstétricas.
- ALTURA DA GESTANTE:
Mulheres menores que 1,47m apresentam
dificuldade no trabalho de parto, maior risco de morte da criança e maior
incidência de baixo peso ao nascer.
- HISTÓRIA REPRODUTIVA ANTERIOR: Situações que já ocorreram com a gestante em um momento anterior a esta gestação.
- Morte perinatal explicada ou inexplicada
- RN com restrição de crescimento, pré termo ou malformado
- Abortamento
- Esterilidade/Infertilidade
- Intervalo entre gestações menor que dois ou maior que cinco anos (O corpo se prepara e recupera suas reservas em 24 meses, antes disso há chance de RNBP)
- Nuliparidade (1ª gestação tem maior risco de distúrbios hipertensivos associados a outros fatores) e multiparidade (Mais que 5 gestações anteriores aumentam o depósito de gordura)
- Síndromes hemorrágicas
- Pré-eclâmpsia e eclampsia
- Cirurgia uterina anterior
- Macrossomia fetal
Você sabia que até 2,5kg são incorporados no corpo da mulher a cada gestação, sendo maior após os 35 anos?!?!
O nutricionista terá uma conduta específica de acordo com todos
esses fatores acima e além disso correlacionando com outras intercorrências
clínicas crônicas que a gestante pode apresentar, como por exemplo:
- Cardiopatias, pneumopatias, nefropatias, hemopatias, epilepsia, infecção urinária
- Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus)
- Hipertensão arterial moderada ou grave e/ou que faz uso de anti-hipertensivo
- Portadoras de doenças infecciosas (hepatite, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras DSTs)
- Doenças auto-imunes
- Ginecopatias
O Nutricionista ainda vai adequar seu tratamento nutricional
específico para a doença obstétrica que possa acontecer durante a gravidez
atual, tais como:
- Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido amniótico
- Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada
- Ganho ponderal inadequado
- Pré eclâmpsia/eclampsia
- Amniorrexe prematura (Ruptura prematura das membranas)
- Hemorragias da gestação
Esse primeiro conteúdo foi mais para apresentar conceitos
básicos sobre o assunto, serviu mais como uma introdução para mostrar o
panorama geral da atuação do nutricionista com o grupo materno infantil e
familiarizar os leitores com alguns vocabulários deste tópico.
Vou começar falando sobre os aspectos fisiológicos da
gestação e depois sobre a avaliação nutricional da gestante, o ganho de peso
adequado para cada trimestre da gestação, o tratamento de sintomas como
vômitos, azia, constipação e como calcular a dieta para este grupo que tem
necessidades específicas de micro e macro nutrientes.
Beijos,
Jéssica.
Muito bom Jé!
ResponderExcluirObrigada amiga!
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