segunda-feira, 11 de setembro de 2017

DEVO SUPLEMENTAR COLÁGENO?



Uma das principais causas do envelhecimento é a perda do colágeno pelo organismo. Os músculos ficam flácidos, a densidade dos ossos diminui, as articulações e os ligamentos perdem elasticidade e força motora. A perda de colágeno começa aos 30 anos, sendo 1% ao ano.

O termo “colágeno” deriva das palavras gregas Kolla (cola) e Genno (produção) e é atualmente utilizado para denominar uma família de pelo menos 29 isoformas de proteínas encontradas no tecido conjuntivo ao longo do corpo, como nos ossos, tendões, cartilagens, veias, pele, dentes e músculos. O mais comum em nosso organismo (e também no mercado) é o colágeno tipo I

O colágeno desempenha diversas funções no corpo humano, como manter as células dos tecidos unidas e fortalecê-las, é responsável também pela cicatrização e regeneração em caso de corte ou cirurgia, auxilia na hidratação do corpo e parece estar ligado ao processo de envelhecimento humano.

Então devo SIM suplementar colágeno, especialmente a partir dos 30 anos! O colágeno ingerido é degradado em seus aminoácidos constituintes e utilizado para produzir suas próprias proteínas de colágeno de acordo com o tipo e a necessidade. Além disso, o colágeno é produzido pelos fibroblastos, que também vão perdendo sua capacidade de síntese, então para um resultado mais eficaz não basta apenas suplementar colágeno, mas também é necessário estimular a capacidade de síntese dos fibroblastos, sendo que a Vitamina C desempenha papel importante nesse processo.

Diferença entre colágeno e gelatina

Além do colágeno tipo I e da gelatina (um derivado deste mesmo colágeno) já existe no mercado o colágeno Tipo II.

O colágeno tipo II está presente em locais que resiste a grandes pressões, como a cartilagem elástica e hialina, discos intervertebrais e nos olhos, daí o interesse do campo médico em estudar seus efeitos contra doenças como a osteortrite (principalmente coluna, joelho, dedos e quadril) e a artrite reumatoide, os primeiros estudos indicam que o seu uso frequente reduz as dores sentidas pelos pacientes das duas doenças, mas as pesquisas com este tipo de colágeno ainda são bem recentes.

A importância dos estudos sobre o colágeno tipo II está também no fato da osteortrite se tratar de uma doença autoimune e este tipo de colágeno ser bioidentico (por não ser desnaturado – ou seja, não passar pelo processo de aquecimento a altas temperaturas para a sua extração), o consumo oral do colágeno tipo II, ao passar pelo sistema digestivo é reconhecido pelo organismo e isso dessensibiliza o sistema imune, levando a uma tolerância oral.

Ele também é indicado nos casos de artrite e osteoartrite, artrose e osteoartrose, atrite reumatoide, poliartritereumatóide juvenil, lesão articular e lesão da cartilagem, inclusive nos casos de LER (Lesão por Esforço Repetitivo).

A gelatina (tanto em quanto em cápsula) é um derivado bovino e tem a habilidade de formar géis estáveis e reversíveis. A principal diferença da gelatina para o colágeno (que compramos em pó ou cápsulas) é que a gelatina não passa pelo processo de hidrólise, ou seja, ela não é hidrolisada, mas também é colágeno (não hidrolisado)!

O colágeno hidrolisado (tipo I) também é um derivado bovino com alto conteúdo proteico (84 a 90%), sua extração é feita em água (temperaturas entre 50 e 60ºC) ou através de enzimas, este processo de hidrólise quebra as moléculas da proteína presente no colágeno. Menores, elas são absorvidas pelo organismo com mais facilidade, ou seja, você tem de consumir uma dose bem maior de gelatina em cápsula para ter o mesmo efeito do colágeno hidrolisado.

O colágeno tipo II por sua vez é extraído de aves (frango) por um processo diferente do que é utilizado para a extração da gelatina e do colágeno tipo I. Este processo é chamado de não-desnaturado e não-enzimático, ou seja, não é utilizado enzimas nem altas temperaturas, o que garante um colágeno sem alteração molecular (bioidêntico).

E as gelatinas e colágenos de peixe? Qual a diferença?

Você pode encontrar ainda a gelatina de peixe e o colágeno marinho, ambos são fontes de colágeno tipo I, no entanto o colágeno marinho, derivado das escamas dos peixes, é também rico em Ácido Hialurônico, substância nutricosmética que combate o envelhecimento de dentro para fora, ele promove o autopreenchimento cutâneo, diminuindo rugas e marcas de expressão.

E para os Veganos... existe algum colágeno vegetal?

Para os vegetarianos e veganos uma opção para substituição é o uso de Ágar-ágar, proveniente de algas marinhas é uma fonte natural e vegetal de colágeno, que ainda possui muitas fibras e minerais.

Pontos importantes:

• O colágeno e a gelatina não são incorporados no organismo, eles são suplementos de matéria-prima (proteína e aminoácidos), que permitem ao nosso organismo produzir o colágeno necessário.

• Para que ocorra a produção de colágeno em nosso organismo é preciso a presença de vitamina C (Ácido Ascórbico), por isso algumas cápsulas de colágeno já são vendidas com Vitamina C.

• Além do colágeno, os tecidos ósseo e conjuntivo, também requerem a presença de silício um oligoelemento que, quando em deficiência, leva a debilidade dos tendões, ossos e a doenças esclerosantes como a artrose.


O consumo regular de gelatina e/ou colágeno hidrolisado ajuda na formação do tecido humano, pois colabora na cicatrização e regeneração dos tecidos. No caso das unhas e cabelos, o colágeno forma uma matriz onde os minerais se fixam para deixá-los fortes, resistentes e brilhantes. Para a pele o nutriente oferece mais elasticidade, porém, isto terá pouca influência no aspecto e evolução da celulite.


Tá em dúvida ainda sobre qual o melhor tipo e quantidade? Procure um profissional nutricionista habilitado que vai saber te prescrever a melhor forma de suplementação do colágeno.

Fontes:

--GONÇALVES, G. et al. BENEFÍCIOS DA INGESTÃO DE COLÁGENO PARA O ORGANISMO HUMANO. REB Vol. 8(2): 190-207, 2015

 --ADRIAENSSENS, K. SUPLEMENTAÇÃO DE COLÁGENO HIDROLISADO E SEU IMPACTO NO TRATAMENTO DE OSTEOARTRITE E REUMATOIDE: UMA REVISÃO DA LITERATURA. UniCEUB. Brasília. 2015. 

--VELOSA, A.; TEORODO, W.; YOSHINARI, N.. COLÁGENO NA CARTILAGEM OSTEOARTRÓTICA. RevBrasReumatol, v. 43, n. 3, p. 160-6, mai./jun., 2003. 

--PRESTES, R. et al. CARACTERIZAÇÃO DA FIBRA DE COLÁGENO, GELATINA E COLÁGENO HIDROLISADO. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.15, n.4, p.375-382, 2013.

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